A falsa caridade

  Uma expressão não tanto desconhecida, mas o que viria a ser? Bom, as festas de fim de ano já passaram e é muito comum vermos pessoas fazendo “boas” ações com espírito de bondade. No entanto, muitos acabam dando seus pertences antigos mais por obrigação do que por conscientização.O tempo de doar é o ano todo, não só em uma data comemorativa. Então por que tanta gente se sente obrigado a doar?Doar tem que ser um gesto de amor ao próximo e não porque se tem mais do que os outros, mas pelo fato de não mais necessitar e que talvez seja algo que possa satisfazer a necessidade de outros.

 Em muitas campanhas, ou até mesmo fora, é possível notar a quantidade de roupas, sapatos, brinquedos entre outras coisas que chegam sem condições de uso. Qual o objetivo de dar roupas rasgadas, sapatos furados, brinquedos quebrados? Simplesmente para dizer que  uma“boa” ação foi feita?! O ato de doar significa dar aos outros o que gostaríamos de receber; ninguém gosta de receber uma falsa caridade, todos somos capazes de ser inteiramente gentis e bondosos.

 É muito mais prazeroso dar do que receber, porque mesmo sem querer nada em troca, é possível receber sorrisos, abraços ou um simples obrigado.Quando damos com amor, não nos faz falta e toda boa ação tem a sua boa reação.Não existe problema algum em dar, ou, em receber; o problema está em como cada um, individualmente reage diante dessas ações.A falsa caridade é muito comum, mas não precisa ser assim! Nós só precisamos mudar a base de pensamento e fazer aos outros, o que desejamos para nós mesmos e partindo sempre desse patamar estaremos nos ajudando e ajudando ao  próximo, sendo essa a verdadeira caridade. 

Como diz um velho ditado: A caridade deve ser anônima, do contrário é vaidade.

O medo que nos impede de errar, nos impede de crescer

(Baseado em um tema da Fuvest)

 Errar é humano, diz o dito popular, então porque temos tanto medo de errar? 

Errar em uma prova, errar em um caminho, errar as datas, é natural errar e é através de erros que nos tornamos melhores pessoas. No mundo em que hoje vivemos, quantos erros tiveram que acontecer pra que vivêssemos na sociedade em que vivemos? Muitos.Se não tivéssemos tido guerras, revoluções o que seria da nossa sociedade?

Somos quem somos devido às escolhas que fazemos e devido aos erros que cometemos. É natural errar, até que o erro não afete o próximo. É o que muitos consideram. Mas o que fazer diante de um erro grave? Como por um erro de conta, um prédio desaba e acaba ferindo alguém ou por um erro médico um paciente morre, então, o que fazer?

O erro é uma forma de aprendizagem mais dura, mais severa e que em casos graves é submetido a uma punição. Todo erro tem sua consequência , assim como cada ação, tem sua reação. É difícil conviver com os erros, seguir uma vida ou tomar decisões baseados em erros cometidos, no entanto, há uma diferença entre erro e fracasso: erro é quando se erra e pode consertar, fracasso então seria um erro sem volta, que te faz sentir um perdedor. Uma vida perdida, não pode ser restituída, esse é o caso de um erro sem volta, não há nada que possa ser feito para que uma vida seja poupada.

Agora imagine a responsabilidade dos jovens que são pressionados a escolher uma profissão junto ao término do ensino médio, o quão difícil é lidar com o medo imposto a eles por optar uma carreira errada. Para muitos pode parecer normal e simples o ato de depois reconcertar suas escolhas; já para outros pode ser um grande problema, muitos encaram uma profissão errada como anos perdidos, dinheiro mal investido. Não tem como saber quando é o momento certo de fazer escolhas nem o desempenho delas, a única maneira de viver nossas escolhas é arriscando, arriscando o sucesso.

Nunca é tarde demais para mudar, seja mudar de curso, de emprego, de casa ou de qualquer outra situação, devemos usar o tempo a nosso favor e nunca contra nós; nunca é tarde para um recomeço, mesmo após um erro muito grande; não há nada tão grande que seja impossível de mudar. Não é impossível recomeçar, basta querer. Que as nossas ações nunca sejam movidas pelo medo mas sim pelo amor em fazer o que fomos designados a cumprir.

Se a ideologia é origem das ideias humanas, todos então, temos uma ideologia?

 Somos quem somos pelo meio em que vivemos, pela maneira como fomos criados, pelos nossos valores, pela forma de nos relacionar e consequentemente de pensar.Sendo a ideologia, portanto, uma forma de pensar, Lamarck um naturalista francês, também possuía a sua e foi o primeiro a propor uma teoria sintética da evolução. Um exemplo clássico da lei do uso e do desuso é o crescimento do pescoço da girafa. Segundo Lamarck: Devido ao esforço da girafa para comer as folhas das árvores mais altas o pescoço do mesmo acabou crescendo. Mais tarde foi constatado que essa ideologia não era a correta, pois as girafas já tinham certas características que eram descentes dos ancestrais. As características das girafas foram passadas de geração a geração, pois eram características físicas e biológicas, no entanto nossa maneira de agir e pensar não é dependente de nada, nem de ninguém; estamos diariamente em constante mudança.

Um filósofo pré – socrático uma vez disse: Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou. Heráclito é considerado o pai da dialética e possuía essa ideologia a respeito da constante mudança que nós enquanto seres humanos sofremos, muitas vezes imperceptivelmente. Nossa maneira de pensar, descende do que aprendemos, ouvimos e cremos.

Como nos estudos matemáticos, aprendemos fórmulas que dão origem a outras, por mais que um professor ensine uma classe de 30 alunos, cada um tem sua própria maneira de resolver tais exercícios. Pois assim como todos têm a mesma individualidade, assim também possuímos diferentes ideologias - Talvez, se assemelhe com a de algumas pessoas, mas somos únicos e não podemos deixar que a opinião alheia interfira nas nossas ações.

Assim como em todas as matérias que um aluno aprende na escola, essas possuem as suas “ideologias” que assim formam as “ideologias” dos alunos.  Que mais tarde se manifesta em atos, como hoje conhecemos os grupos que defendem as causas: estudantis, feministas, homossexuais, ecológicas, políticas,dentre outras... Todas são maneiras diferentes de concordar com determinada opinião.
Muitas vezes as pessoas acabam deixando de lado suas opiniões e desistem de conquistar uma vida melhor, uma sociedade melhor, um Estado melhor; por ser  muito mais fácil desistir , do que perseverar em uma determinada situação que pode levar anos para ser resolvida. Todavia, quando se acredita, se está também lutando pelo futuro,e provando ser o brasileiro que não foge a luta.

Ideologia por fim, é acreditar em uma causa e lutar por ela, mesmo que ninguém concorde, mesmo que ninguém entenda. Ideologia é a maneira individual ou coletiva de acreditar e de agir de acordo com essas ideias propostas. Cada indivíduo pode seguir mais de uma causa, mas a cada instante que passa ele deixa de ser quem era e passa a ter mais ideologias. Não se pode deixar de acreditar, não se pode deixar como está, todos podem fazer a diferença e continuar a mudar.  

Uma sociedade corrupta ou corruptível?

  Ouvimos tanto a palavra corrupção em nosso cotidiano, mas será que realmente sabemos o que significa essa palavra?

Corrupção vem do verbo corromper; corromper os valores, corromper a lei, ou até mesmo violar os direitos de um indivíduo. Quando ouvimos essa palavra, a primeira coisa que nos vêm em mente é a corrupção na política, mas será que só os políticos são corruptos? 

Na realidade, existem diversas maneiras de se corromper os valores, como o simples ato de cortar fila por estar com pressa;colar em uma prova (o que não deixa de ser corrupção) ou até mesmo receber um troco errado e não devolver.Coisas que acontecem diariamente, que sempre presenciamos, mas não associamos como um ato de corrupção.Todas as vezes que fazemos algo em benefício próprio, para obter vantagem estamos corrompendo não só a nossa sociedade, mas também a nossa dignidade. Quando Jean Jacques Rosseau diz:O homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe, eu diria: O homem nasce bom, o excesso de poder o corrompe.  O abuso de poder também é um ato de corrupção, um policial que utiliza sua sirene sem necessidade alheia, está corrompendo a lei; um professor que entra em sala de aula, mas não passa matéria e no final da aula diz: ganhei meu salário mesmo assim, está violando o direito de seus alunos de aprenderem algo novo.Vivemos em uma sociedade capitalista, onde procuram sempre ter mais, e esquecem que ser honesto vale muito mais do que ter riquezas obtidas através da corrupção.

O governo expressa a população,se a sociedade age de forma desonesta, consequentemente seu governo também irá agir.Diversas vezes ouvimos as pessoas dizerem:Fulano rouba, mas faz;Siclano é menos pior que Beltrano.Esses comentários não podem ser aceitos, é possível sim termos governantes honestos e justos, mas para isso, é preciso que os eleitores tenham consciência de seus valores. A verdadeira mudança é interna, enquanto a sociedade achar que para obter algo é preciso levar vantagem, os políticos continuaram a “fazer” e a roubar. Afinal, é muito mais valoroso dizer que  X escolas foram construídas ao invés de lembrar os milhões que foram desviados durante a construção.

Não podemos aceitar a corrupção, quando agimos corretamente, estamos levando aos outros os conceitos verdadeiros, fazendo assim, a nossa parte para conosco e para com a nossa sociedade.

Podemos ser mais que uma divisão, podemos ser parte de uma grande união

 Há quem pense que eu não goste de esportes, até gosto, confesso ter ficado desanimada com o início dos jogos olímpicos. Logo fui gostando e acabei assistindo a muitas modalidades, no entanto, preferia que o Brasil investisse na educação, na saúde, na segurança e em muitas outras coisas que acredito ser mais prioritário ao país.

Apesar de tantos avanços que o Brasil já teve, ainda é preciso melhorar muito, e essa mudança começa com os cidadãos, começa nas pequenas coisas, desde a educação que vem de casa, como aquela que se aprende nas escolas; mas como sermos educados se o investimento em educação é tão pouco? O Brasil é dividido em muitos pedaços. Vivemos no Brasil de favelas e de condições precárias ou no Brasil tropical rico em frutas e recursos naturais? Esse é o país do futebol ou o país que está 11° colocado como o país mais inseguro do mundo? Vivemos em um país dividido entre a riqueza e a pobreza, enquanto poucos têm muito, e muitos têm pouco; uma desigualdade que é percebida claramente, não só no cotidiano, mas também pudemos ver nos jogos olímpicos Rio 2016 – aonde a jogadora Marta, eleita cinco vezes a melhor jogadora do mundo, recebe um salário cinco vezes menor que o jogador Neymar, ambos os jogadores de futebol na seleção brasileira, ambos bons profissionais, mas um atleta,acaba ganhando mais pelo simples fato de ser homem, enquanto a outra deve se contentar com um salário baixo comparado aos grandiosos feitos.

Enquanto a cultura brasileira for baseada no machismo, iremos perder grandiosas mulheres, enquanto o Brasil se preocupar mais com diversão do que com educação, muitos jovens serão prejudicados, enquanto o país for tão desigual teremos muitos problemas. A sociedade está dividida,  pois os cidadãos as dividiram,os “melhores” dos “piores”, os mais “ricos” dos mais “pobres”, quando na verdade isso é só um conceito que a sociedade impôs e nós aceitamos. Não devemos aceitar os hospitais públicos com filas de espera, as escolas sem manutenção, sem professor, sem organização; a inflação alta, um vasto desmatamento, é nossa obrigação defender nosso país e ver que um brasileiro forte " não foge a luta", somos responsáveis pelo Brasil, se hoje está ruim em muitos aspectos somos nós a mudança. Enquanto aceitarmos diferenças no Brasil, ou melhor, desigualdade, seremos uma nação dividida ao invés de unida, ser diferente no bom sentido, é motivo de se orgulhar, afinal não precisamos pensar, como a maioria das pessoas pensa. Somos livres para ser quem queremos ser e é nosso direito ter uma vida plena e sadia, com boas condições e muitas alegrias.

Ser diferente, é ser igual II

O machismo começa desde cedo, quando o menino zoa a coleguinha, por ela não ser boa em futebol ou por não ter a mesma força. Quando chegam à adolescência os pais ensinam seus filhos que quando uma mulher passa tem que virar e olhar para o  corpo e dizer "fiu fiu”, que beijar muitas garotas faz deles homens de verdade; depois, na fase adulta o homem acaba se achando no direito de fazer da mulher o que ele bem entender, então explora, manipula, faz chantagem e coisas horríveis - mas acha que é o certo a ser feito. 
A cultura dos homens começa desde a infância, muitas vezes sem perceberem os pais acabam criando seus filhos de uma maneira errada e mais tarde é mais difícil corrigir os maus hábitos.Não importa a hora que uma mulher sai à rua, não importa quantos anos ela tenha, não importa a classe social que ela pertença, não importa o que ela vista, nada faz com que o homem tenha o direito de usufruir de uma mulher contra a vontade dela. Todos têm a mesma capacidade, todos merecem o mesmo respeito. 
Mesmo quando uma mulher não se dá o respeito, o homem de valores e princípios, irá se dar o respeito, pois para um homem bem instruído é natural fazer a escolha certa; isso também se aplica a mulher, aquela que é sábia sempre irá saber dizer não, quando não for propício.Homens e mulheres têm o mesmo direito, e se aproveitar da fragilidade de um, é desumano e sem caráter.Homem ou mulher, jovem ou idoso, homossexual ou hétero, não importa o gênero que a sociedade estabeleceu, todos merecem respeito. E respeitar ao próximo é respeitar a si mesmo. Com a nossa integridade, fazemos o que certo a nós mesmos e consequentemente aos outros. Nada é tão nosso,como a nossa integridade, que não necessita em concordar ou gostar, mas sim respeitar a opinião e a diversidade em nossa sociedade.                                                                                               

Quem de fato nos governa?

Os brasileiros estão vivendo um momento de indignação com seu país,tanta coisa vindo a tona que não há como não se sentir traído pelo atual governo.  A população elegeu governantes que são a cara da própria população; que são descendentes de uma cultura errada; a de sempre levar vantagem nas coisas e achar que sairá impune,como cortar fila, receber um troco errado e não devolver, colar na prova ou pelo simples ato de fazer aos outros o que fizeram conosco.  Gosto muito de uma frase do mais antigo livro conhecido: Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido. Muitas vezes fazemos coisas erradas com a consciência de que não está certo e esperamos que ninguém descubra, contudo, todo o erro descoberto, é para que haja de fato uma correção.

Muitos estudantes saíram às ruas no ano anterior contra a mudança na grade escolar e hoje saem às ruas para manifestarem indignação com a falta de recursos nas escolas, a falta de manutenção, falta de professores, falta de merenda, entre muitas outras “faltas”. Mas será que de fato somos reféns do atual do governo? Podemos ser prejudicados pela falta de competência de muitos profissionais?

Muitas vezes me pego com o pensamento: Coitada da geração que está entrando agora na escola, esses de fato irão sofrer consequências maiores do que hoje sofremos. Mas ainda acredito na mudança desse país, mas para isso, os jovens de hoje deverão ser no futuro, diferentes dos adultos de hoje; que acham que um só não faz diferença, quando na verdade a luz que ilumina a um, em uma caixa escura, consequentemente ilumina a todos.

Não basta só querer a mudança, precisa- se mudar também.  Como muitos dizem “têm tanta coisa errada que não cabe em um cartaz” nem mesmo nessa publicação, mas tenho esperança de que a situação mude e mude para a melhor; afinal sou brasileira e quero o melhor para esse país tão belo, com lugares tão lindos e privilegiado que é esse Brasil.